Resumo
Objetivo – Este artigo sugere que o elemento humano é fundamental quando se trata da confiança dos investidores nos mercados financeiros. Ignorá-lo pode comprometer a eficácia do recente crescimento regulatório. Ele adota uma perspectiva de demanda, presumindo que o relacionamento entre consultores financeiros e investidores seja baseado na confiança e analisa as condições que podem levar à existência (ou não) da confiança.
Metodologia – O uso da análise comparativa qualitativa do conjunto difuso (fsQCA, na sigla em inglês) nos dados coletados de 366 questionários nos permite testar, de maneira qualitativa e não paramétrica, os argumentos condicionais que podem levar os investidores a confiar (ou não) em seu consultor financeiro.
Resultados – Os resultados mostram que as condições para a confiança diferem, dependendo do grau de participação dos investidores nos mercados financeiros. A maneira como o investidor com uma relação básica com os mercados financeiros vê o comportamento de seu consultor financeiro é fundamental para estabelecer (ou não) sua confiança. Para investidores com um relacionamento mais avançado com o mercado, a confiança (ou sua ausência) também depende das características dos investidores. Em particular, a educação financeira tem um papel nada desprezível. A análise conjunta das condições que levam à confiança e sua ausência destaca a robustez das nossas constatações.
Contribuições – Ao entender as condições que estabelecem a confiança, as instituições financeiras podem elaborar estratégias para fortalecer o nível de confiança dos investidores em seus serviços, melhorando o relacionamento entre os participantes do mercado e aumentando os negócios. Do ponto de vista das autoridades supervisoras, a aprovação de um código de conduta para consultores financeiros, levando em consideração nossos resultados, pode ajudar a melhorar a confiança geral nos mercados financeiros. Até onde sabemos, este estudo é o primeiro a aplicar a escala psicométrica de Butler (1991) e a metodologia fsQCA para estudar a confiança dos investidores em consultores financeiros.
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