Resumo
Objetivo – Este estudo tem como objetivo identificar os principais fatores que levam à aprendizagem organizacional por meio de processos de avaliação em negócios sociais. A pesquisa destaca como as práticas de avaliação contribuem para a aprendizagem e as condições necessárias para que essa aprendizagem ocorra dentro dos negócios sociais.
Referencial Teórico – A pesquisa baseia-se nas teorias de aprendizagem organizacional e avaliação de negócios sociais, com foco em como esses frameworks se aplicam às empresas que buscam impacto sustentável.
Metodologia – Foi utilizada a metodologia de estudo de casos múltiplos. A pesquisa analisou 13 organizações, incluindo negócios sociais, fundos de investimento e uma organização de avaliação, por meio de seis estudos de caso. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas e análise documental, com foco em como as práticas de avaliação influenciam a aprendizagem organizacional.
Resultados – O estudo revela que a avaliação promove a aprendizagem organizacional quando pelo menos uma das seguintes condições é atendida: parcerias sólidas entre investidores e negócios, envolvimento total da equipe no processo de avaliação, interação contínua com os clientes e demanda dos investidores por indicadores relevantes para os negócios.
Implicações Práticas e Sociais da Pesquisa – Este estudo contribui para a melhoria das práticas de avaliação em negócios sociais, especialmente em países em desenvolvimento. Os resultados sugerem que metodologias adaptadas podem melhorar a capacidade dos negócios sociais de aprender a partir das avaliações, potencialmente levando a um impacto social mais sustentável.
Originalidade/valor – A pesquisa oferece uma contribuição única para o entendimento de como os processos de avaliação podem impulsionar a aprendizagem organizacional em negócios sociais. Identifica fatores práticos que possibilitam essa aprendizagem, contribuindo para o avanço tanto da teoria quanto da prática no campo específico.
Referências
Antonello, C. S. (2005). A metamorfose da aprendizagem organizacional: uma revisão crítica. In R. Ruas, C. S. Antonello, & L. H. Boff (Eds.), Aprendizagem organizacional e competências (pp. 12-33). Artmed.
Araujo, M. M., Santos Jhunior, R. O., Uchoa, M. T., & Boaventura, J. M. G. (2024). Value distribution to stakeholders: A study on power and strategic importance on the Toronto Stock Exchange. Revista de Administração de Empresas, 64, e2023-0116.
Argote, L., Lee, S., & Park, J. (2021). Organizational learning processes and outcomes: Major findings and future research directions. Management Science, 67(9), 5399-5429.
Arizona-Montes, J. A., & Muniz, N. M. (2013). Virtual ecosystems in social business incubation. Journal of Electronic Commerce in Organizations, 11(3), 27-45.
Barakat, S. R., Santos, N. L. D., & Vigueles, M. C. (2022). Stakeholder engagement in creative economy companies: Strategies to face the COVID-19 crisis. Cadernos EBAPE. BR, 20, 436-451.
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. Edições 70.
Barki, E., Rodrigues, J., & Comini, G. M. (2020). Negócios de impacto: um conceito em construção. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, 9(4), 477-501.
Barros, F., Fischmann, A. A., & Pocovi, G. T. (2024b). Challenges and tensions for the management of social enterprises: Theoretical bases and opportunities for advancing the literature. Revista de Gestão Social e Ambiental, 18(3), e03402-e03402.
Barros, F., Formicki, G. R., & Czarnotta, R. (2024a). A importância do território na caracterização dos negócios de impacto socioambiental em periferias. Gestão & Regionalidade, 40(Especial), e20249345-e20249345.
Barros, F., Góes, H., & Fischmann, A. (2024c). Navigating Tensions in Social Enterprises: A Comprehensive Review of the Role of Stakeholder Engagement. Journal of Social Entrepreneurship, 1–31.
Brasil. (2017). Decreto Nº 9.244, de 19 de dezembro de 2017. https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2017/decreto-9244-19-dezembro-2017-785962-norma-pe.html
Comini, G., Barki, E., & Aguiar, L. T. de. (2012). A three-pronged approach to social business: A Brazilian multi-case analysis. Revista de Administração, 47(3), 385–397.
Cruz, C., Quitério, D., & Scretas, B. (2019). O ecossistema de fomento aos investimentos e negócios de impacto: Rompendo fronteiras. In E. Barki, G. M. Comini, & H. G. Torres (Eds.), Negócios de impacto socioambiental no Brasil (pp. 25-56). FGV Editora.
Ebrahim, A. (2005). Accountability myopia: Losing sight of organizational learning. Nonprofit and Voluntary Sector Quarterly, 34(1), 56-87.
Fiol, C. M., & Lyles, M. A. (1985). Organizational learning. Academy of Management Review, 10(4), 803–813.
Gaiotto, S. A. V. (2016). Empreendedorismo social: Estudo bibliométrico sobre a produção nacional e internacional. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, 5(2), 101-123.
Gil, A. C. (2009). Estudo de casos: Fundamentação científica, subsídios para coleta e análise de dados e como redigir o relatório. Atlas.
Góes, H. A. A., Fatima, G., Santos Jhunior, R. O., & Boaventura, J. M. G. (2023). Managing for stakeholders towards corporate environmental sustainability. Corporate Social Responsibility and Environmental Management, 30(4), 1561-1572.
Harrison, J. S., Freeman, R. E., & Abreu, M. C. S. D. (2015). Stakeholder theory as an ethical approach to effective management: Applying the theory to multiple contexts. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 17(55), 858-869.
Hazenberg, R., Bajwa-Patel, M., Mazzei, M., Roy, M. J., & Baglioni, S. (2016). The role of institutional and stakeholder networks in shaping social enterprise ecosystems in Europe. Social Enterprise Journal, 12(3), 302-321.
Hermelingmeier, V., & von Wirth, T. (2021). The nexus of business sustainability and organizational learning: A systematic literature review to identify key learning principles for business transformation. Business Strategy and the Environment, 30(4), 1839-1851.
Hill, A. (2019). The limits of the pursuit of profit. Financial Times. https://www.ft.com/content/c998cc32-d93e-11e9-8f9b-77216ebe1f17
Hisyam, S. W. L. (2023). Bibliometric analysis of social enterprise literature: Revisit to regroup. Journal of Innovation & Knowledge, 8(3), 100411.
Instituto Quintessa. (2017). Guia 2.5: Guia para o desenvolvimento de negócios de impacto. Instituto Quintessa.
Jackson, E. T. (2013). Interrogating the theory of change: Evaluating impact investing where it matters most. Journal of Sustainable Finance & Investment, 3(2), 95-110.
Junior, C. V., Andreassi, T., & Nassif, V. M. J. (2017). (A falta de) Indicadores de empreendedorismo no Brasil. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, 6(3), 1–9.
Kah, S., & Akenroye, T. (2020). Evaluation of social impact measurement tools and techniques: a systematic review of the literature. Social Enterprise Journal, 16(4), 381-402.
Kamaludin, M. F., Xavier, J. A., & Amin, M. (2024). Social entrepreneurship and sustainability: A conceptual framework. Journal of Social Entrepreneurship, 15(1), 26-49.
Knowles, M. S., Holton, E. F., & Swanson, R. (2005). The adult learner. Elsevier.
Kolb, D. A. (1984). Experimental learning: Experience as the source of learning. Prentice-Hall.
Lazzarini, S. G., & Barki, E. (2019). Avaliação de impacto social. In E. Barki, G. M. Comini, & H. G. Torres (Eds.), Negócios de impacto socioambiental no Brasil (pp. 295-314). FGV Editora.
Lazzarini, S. G., Cabral, S., Pongeluppe, L., Rotondaro, A., & Ferreira, L. C. D. M. (2014). The best of both worlds? Impact investors and the financial versus social performance debate. Academy of Management Proceedings, 2014(1), 15473.
Lazzarini, S. G., Pongeluppe, L. S., Shen Yoong, P., & Ito, N. C. (2015). Guia para a avaliação de impacto socioambiental para utilização em investimento de impacto. TAC – Tecnologias de Administração e Contabilidade, 5(2), 106–118.
Liu, G., & Ko, W. W. (2012). Organizational learning and marketing capability development: A study of the charity retailing operations of British social enterprise. Nonprofit and Voluntary Sector Quarterly, 41(4), 580-608.
Martínez, S. S., & Mesa, A. P. (2021). An in-depth look at the status of environmental financial accounting in Mexico from the point of view of stakeholder theory: Myth or reality? Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 23, 318-336.
Meyer, M. (2007). Finding performance: The new discipline in management. In A. Neely (Ed.), Business performance measurement: Unifying theories and integrating practice (pp. 113-124). Cambridge University Press.
Oliveira Filho, G. R., Kiyama, R. S., & Comini, G. (2013). Os desafios de mensurar o impacto social. In E. Barki, D. Izzo, H. Torres, & L. A. Bittencourt (Eds.), Negócios com impacto social no Brasil (pp. 211-235). Peirópolis.
Pipe Social, & Quintessa. (2023). Mapa de Negócios de Impacto Social + Ambiental 2023. https://mapa2023.pipelabo.com/index.php
Project Management Institute. (2021). A guide to the project management body of knowledge (PMBOK® guide) (7th ed.).
Rawhouser, H., Cummings, M., & Newbert, S. L. (2019). Social impact measurement: Current approaches and future directions for social entrepreneurship research. Entrepreneurship Theory and Practice, 43(1), 82-115.
Secchi, L. (2010). Políticas públicas. Cengage Learning.
Selltiz, C., Jahoda, M., Deutsch, M., & Cook, S. W. (1959). Research methods in social relations. Henry Holt and Company.
Smith, W. K., Gonin, M., & Besharov, M. L. (2013). Managing social-business tensions: A review and research agenda for social business. Business Ethics Quarterly, 23(3), 407–442. https://doi.org/10.5840/beq201323327
Smith, W. K., Gonin, M., & BesharovHere are the remaining references in APA format:
Stubbs, W. (2017). Sustainable entrepreneurship and B Corps. Business Strategy and the Environment, 26(3), 331-344.
Tsang, E. W. K. (1997). Organizational learning and the learning organization: A dichotomy between descriptive and prescriptive research. Human Relations, 50(1), 73-89.
World Economic Forum. (2023, November). Brazil's social economy paves the way for a more inclusive and sustainable future. World Economic Forum. https://www.weforum.org/agenda/2023/11/social-economy-brazil/
Yin, R. K. (2010). Estudo de caso: Planejamento e métodos. Bookman.
Yunus, M., & Weber, K. (2007). Creating a world without poverty: Social business and the future of capitalism. Public Affairs Books.
Zhang, M., Macpherson, A., & Jones, O. (2006). Conceptualizing the learning process in SMEs: Improving innovation through external orientation. International Small Business Journal, 24(3), 299-323.
Em caso de aprovação do artigo para publicação, os direitos de copyright são cedidos pelo(s) autor(es) à Revista Brasileira de Gestão de Negócios – RBGN.
Nestes termos, é OBRIGATÓRIO que os autores enviem para RBGN o formulário de Cessão de Direitos Autorias devidamente preenchido e assinado. Conforme o modelo: [Direitosautorais]
As condições da Cessão de Direitos Autorais indicam que a Revista Brasileira de Gestão de Negócios – RBGN possui a título gratuito e em caráter definitivo os direitos autorais patrimoniais dos artigos por ela publicados. Não obstante a Cessão dos Direitos Autorais, a RBGN faculta aos autores o uso desses direitos sem restrições.
Os textos publicados na RBGN são de inteira responsabilidade de seus autores.
A revista adota o padrão de licença CC-BY Creative Commons Attribution 4.0 permitindo redistribuição e reutilização dos artigos sob a condição de que a autoria seja devidamente creditada.